Greve da Polícia Militar

Oi Minha gente querida!!

Durante as férias pensei em muitos posts para publicar aqui... minhas artes, peripécias das crianças, ideias legais, coisas que descobri na net, enfim.. coisas que tenho costume de publicar.
Mas hoje fugirei desse cenário e descreverei o que estamos vivendo aqui em Salvador. Todos sabem a loucura que está à cidade por causa da greve da Polícia Militar. Os jornais apresentam isso de uma forma clara, porém confesso que poderia ser mais real. Talvez para não amedrontar ainda mais a população que está se sentindo acuada.

Desde quarta feira (01/02) que a cidade parece um verdadeiro campo de guerra. Policiais PMs reivindicam por seus direitos de uma forma totalmente irracional. Ameaçando a segurança e a integridade da própria população, sobre a qual tem a responsabilidade de manter segura.
No dia 02/02, dia de festa tradicional na cidade (Dia de Iemanjá), foi de um completo absurdo quanto à demonstração de abuso de poder e protesto irracional. Imaginem policiais encapuzados em plena avenida de principal transbordo da cidade tomando as chaves de dois motoristas de ônibus para atravessar estes na pista e interromper o trânsito. A cidade parou completamente. Os policiais que fizeram isso e fugiram em motos. O transito ficou parado e uma névoa de desespero invadiu toda a cidade, porque além da Avenida Paralela, os policiais fizeram o mesmo na Orla, na região do bairro Boca do Rio, ou seja, quem precisava passar para o outro lado da cidade, não tinha opção. O resultado disso foi o caos absoluto. Porque atrelado ao trânsito interrompido, as pessoas ficaram desesperadas por conta das ameaças de arrastão, o que aconteceu em diversos pontos da cidade. Imaginem que muita gente desceu dos ônibus e saiu correndo pelo transito em estado de choque e medo de serem assaltados. Procuravam taxi para ver se conseguiam chegar em casa mais cedo pegando algum atalho no trânsito, e todos os taxistas, arrancaram os taxímetros dos seus carros, por medo de se exporem e também ocorrer algo mais grave. Sem contar que na região do Rio Vermelho, que estava em festa, comemorando o dia de Iemanjá, também não havia segurança.

O ponto de concentração dos grevistas era no Centro Administrativo da Bahia (CAB), onde os policiais fizeram acampamentos com suas famílias (mulheres e filhos), e “sequestraram” algumas viaturas da PM,  estacionadas em frente a Assembleia Legislativa. Quem via a cena não acreditava, havia PMs com armas a punho, além do consumo de bebida alcoólica.
As noticias do caos corriam no trabalho de telefone em telefone, pais, esposas e esposos ligavam desesperados para que cada um fosse para casa logo e não pegasse o caminho “x” porque estava parado. Fiquei agoniada porque a babá dos meus pequenos mora em um bairro distante e muito perigoso. Fui para casa mais cedo para liberá-la. Da hora que ela saiu de minha casa até chegar ao seu destino foram inúmeras ligações do filho dela e do esposo preocupados porque não conseguiam falar com ela, e um dos locais que ela iria passar estava havendo arrastões. Loucura! Só sossegamos quase três horas depois com a notícia de que ela havia chegado bem.

Na sexta a babá das crianças não veio trabalhar com medo de sair de casa, já que em seu bairro houve muitos arrombamentos e arrastões de madrugada. Por tabela nossa vida também fica uma loucura porque precisamos trabalhar e não temos com quem deixar as crianças.
Hoje vejo a situação mais normalizada, porque depois de dois dias de “guerra” o governo estadual (irredutível nas negociações) e federal enviaram tropas do exército para ocuparem a cidade, em pontos estratégicos de maior vandalismo e no comercio. Mas pensem que passamos a conviver com homens fardados, vestidos com roupas camufladas, com armas pesadas, metralhadoras ou coisa parecida. Eles caminham pelas ruas para normalizar a situação, mas no fundo no fundo me dá muito medo, afinal a qualquer momento pode acontecer algo, um disparo, uma bala perdida, enfim, somente sossegarei depois de tudo normalizado.

Certa vez soube que em Brasília, quando os funcionários que operam ônibus coletivo queriam fazer greve ou reivindicar algo, eles não prejudicavam a população. Trabalhavam normalmente, apenas não cobravam as passagens dos passageiros. Isso doía no bolso dos donos das empresas, então logo as coisas se resolviam e a população, não responsável por essas reivindicações, nunca era prejudicada. Bastante inteligente essa forma de protesto. Na maioria dos outros estados às greves e lutas por direito são sempre de forma anarquizada, prejudicando a população que paga seus impostos e passa a não ter o direito de ir e vir com segurança. Isso revolta. Hoje, para sensibilizar as autoridades, quem quer protestar escolhe o período de maior contingente de turista na cidade, próximo ao Carnaval, onde a cidade está cheia de festas, em pleno verão com ensaios por todos os lados.
Bom, os policiais militares que mais protestaram de forma anarquizada tiveram mandato de prisão preventiva decretado, a essa altura não sei quantos foram presos. Segundo os jornais eram 12 ao todo. Ai te pergunto, somente 12 causaram esse caos completo e absoluto na cidade? E os bandidos que mataram, saquearam, pintaram e bordaram nesse período? Todos foram presos?

Enquanto as coisas não se normalizam... o comércio fecha mais cedo, ou não abre algumas lojas, paralelo a isso o início do ano letivo nas escolas foi adiado, até que a situação seja normalizada...Shows planejados há tempos foram suspensos. Ou seja, a população toma  providencias mínimas necessárias para viver com segurança. E como somos brasileiros, ficamos na esperança de tão logo tudo se resolver.
Resolver... “vírgula”, afinal a policia militar existe, mas os bandidos, o tráfico de drogas e o consumo desenfreado de drogas pesadas nunca deixará de existir, onde considero o núcleo da violência que convivemos em nosso dia a dia.

E viva a liberdade de expressão!!!!!

Fiquem bem!

Abraços com carinho

Cândida